Cielo recebe pedidos formulados por acionistas titulares para convocação de assembleia especial
22 Febbraio 2024 - 11:54AM
Newspaper
A Cielo recebeu pedidos formulados por acionistas titulares, em
conjunto, de mais de 10% das ações em circulação, para convocação
de assembleia especial.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:CIEL3) nesta
quarta-feira (21).
O objetivo é deliberar sobre a realização de nova avaliação para
determinação do valor das ações ordinárias de emissão da companhia,
no âmbito da oferta pública unificada anunciada pelos controladores
da companhia no começo de fevereiro, visando à conversão de
registro de companhia aberta da categoria “A” para “B” e à saída do
Novo Mercado.
O conselho de administração da Cielo irá se reunir para apreciar
os pedidos recebidos e deliberar sobre o tema.
No começo do mês, a Cielo informou que foi comunicada por seus
acionistas controladores – Banco do Brasil e Bradesco – sobre a
decisão dos mesmos de procederem com uma OPA a um preço de R$ 5,35
por ação.
“O conselho de administração da companhia irá se reunir
tempestivamente para apreciar os pedidos recebido”, afirmou a
empresa de meios de pagamentos em fato relevante com data de
quarta-feira enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no
qual publicou a carta dos minoritários.
Os acionistas, detentores de mais de 10% do capital social da
Cielo, afirmam na correspondência que o laudo produzido a pedido
dos controladores pelo Bank of America trouxe inconsistências de
metodologia e afirmam que o preço da oferta deveria ser fixado em
R$ 8,61.
Os minoritários veem inconsistências principalmente quanto à
alíquota de Imposto de Renda; ao valor de investimento próximo ao
da depreciação e amortização na perpetuidade; ao aumento de custo
em 2024 por expansão da força comercial e sem contrapartida em
receita; e ao não usar metodologias de comparações com companhias
semelhantes.
O grupo, formado pelas gestoras Encore, Clave, Mantaro Capital,
Ibiúna, XP Gestão e AZ Quest, pede que o conselho de administração
da Cielo aprove em no máximo oito dias a convocação da assembleia
para deliberar sobre o novo laudo e indicam o Banco Safra para a
sua realização.
Em comentários recentes, os presidentes-executivos do BB e do
Bradesco se mostraram otimistas com sucesso da oferta, que veem
como um movimentoestratégico, a fim de ter mais liberdade e uma
atuação maisassertiva no mercado de adquirência. A Cielo é a única
empresa de meios de pagamentos listada na B3.
Analistas do UBS BB calculam que, se o conselho da Cielo aceitar
a solicitação, a assembleia especial deve ser anunciada para as
próximas semanas.
Na assembleia, acrescentam, pelo menos metade dos acionistas
minoritários participantes deverá aprovar o pedido de novo laudo de
avaliação, indicando a instituição para a tarefa, que terá prazo de
30 dias. Caso não seja aceita, a OPA atual prosseguirá normalmente.
Caso aceita, o novo laudo deverá sair em 30 dias.
A equipe do UBS BB também afirmou que, caso o novo laudo de
avaliação apresente preço por ação igual ou inferior, a OPA
prosseguirá normalmente.
Caso apresente um preço superior à proposta inicial, as empresas
proponentes têm até cinco dias para decidir se mantêm a oferta com
novo preço ou cancelam a proposta. “Enquanto isso, os acionistas
controladores poderão oferecer um novo preço, caso queiram”,
citaram os analistas.
Desde o anúncio da OPA, no dia 5 de fevereiro, as ações da Cielo
acumularam uma alta de quase 8% até a véspera. Nesta sessão, eram
negociadas a R$ 5,26, com decréscimo de 0,19%, por volta de 14h15,
enquanto o Ibovespa subia 0,15%.
Informações Reuters
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