GPA divulga oferta primária de 140 milhões de ações ordinárias
05 Marzo 2024 - 2:55AM
Newspaper
O GPA protocolou perante a Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), pedido de registro de distribuição de oferta pública de
distribuição primária de, inicialmente, 140 milhões de ações
ordinárias, a serem emitidas pela companhia.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:PCAR3) nesta
segunda-feira (04).
Até a data de conclusão do Procedimento de Bookbuilding a
quantidade de ações inicialmente ofertada poderá, a critério da
companhia, em comum acordo com os coordenadores da oferta, ser
acrescida em até 1000% do total de ações inicialmente ofertado, ou
seja, em até 140 milhões de novas ações ordinárias.
Considerando o preço de fechamento das ações nesta
segunda-feira, 4, o valor total da oferta chega a R$ 504 milhões,
ou R$ 1 bilhão e 8 milhões, considerando a colocação da totalidade
das ações adicionais.
O GPA pretende utilizar os recursos líquidos provenientes da
oferta, integral e exclusivamente, para redução da sua alavancagem
financeira, por meio do pré-pagamento de contratos financeiros
mantidos com instituições financeiras, incluindo determinados
coordenadores da Oferta, cujas dívidas representam mais de 20% do
valor total da oferta.
VISÃO DO MERCADO
Safra
Segundo o Safra, o GPA atualmente possui uma posição de dívida
líquida de R$ 2,3 bilhões, ou uma relação dívida líquida/EBITDA de
7,6x (ex-IFRS). Considerando a oferta de R$ 1,0 bilhão, a dívida
líquida ficaria em R$ 1,3 bilhão, com uma alavancagem de 4,4x.
“Além disso, se considerarmos os recursos já anunciados da venda
da participação do GPA no Éxito e C-Nova, a dívida líquida cairia
para R$ 451 milhões e a alavancagem para 1,5x”, projetam os
analistas do Safra.
Considerando apenas a oferta base (504 milhões), a dívida
líquida do GPA ficaria em R$ 1,8 bilhão, com uma alavancagem de
6,1x.
Ademais, o Casino anunciou sua intenção de se desfazer de seus
ativos não essenciais. Consequentemente, o Safra projeta que o
Casino não participará da oferta de ações, o que resultaria em
diluição de sua participação atual de 40,9% para 26,9%,
considerando a oferta base, ou 20,1%, considerando a oferta
total.
“A notícia é positiva do ponto de vista do balanço patrimonial,
pois reduz drasticamente o endividamento da empresa. No entanto, a
diluição resultaria em uma redução em nosso preço-alvo, de R$ 4,5
por ação para R$ 4,2 por ação, considerando a oferta base, ou R$
4,0 por ação, considerando a oferta total”, afirma o Safra.
Para o banco, o GPA continua com uma grande lacuna de ROIC
(retorno sobre o capital) em comparação com seus pares (atualmente
em 3% versus 16% do Assaí e 17% do Grupo Mateus), que é a principal
razão para a classificação neutra.
Na mesma linha, Goldman Sachs também avalia como positiva a
oferta de ações do GPA. De acordo com a casa, uma estrutura de
capital mais equilibrada proporciona à administração mais
flexibilidade para executar o plano de virada atual focado em
aumentar a lucratividade e melhorar a dinâmica do capital de
giro.
“Se assumirmos uma entrada de caixa de R$ 504 milhões a R$ 1,01
bilhão proveniente da oferta potencial, estimamos que a alavancagem
seria reduzida para 4,6X a 4,2X ND/EBITDA”, projeta o Safra, que
tem recomendação neutra para os papéis do GPA, com preço-alvo de R$
3,60.
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