O terceiro trimestre deste ano foi o primeiro em que a empresa
alcançou lucro em suas operações, revertendo uma sequência de
prejuízos. O lucro líquido foi de R$ 1,5 milhão, contra uma perda
de R$ 5,9 milhões no mesmo período de 2019.
No 1T20, o prejuízo foi de R$ 6,3 milhões, enquanto no 2T20
chegou a R$ 13 milhões. Este é o primeiro balanço divulgado pela
empresa desde sua Oferta Pública Inicial de Ações, realizada em 10
de agosto.
Os resultados da d1000 (BOV:DMVF3)
referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2020 foram
divulgados no dia 04/11/2020.
→ A d1000 é uma rede de drogarias que faz parte do Grupo
Profarma. Confira a análise completa da empresa com informações
exclusivas.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização) somou R$ 23,6 milhões no terceiro trimestre deste ano,
uma alta de 10% sobre os R$ 21,4 milhões do mesmo período de
2019.
A margem Ebitda ficou em 9% no 3T20, aumento de 1,9 ponto
percentual em relação ao mesmo período do ano passado.
A receita bruta foi de R$ 263 milhões de reais, uma queda de
13,5% em relação ao 3T19. Entretanto, no comparativo com o segundo
trimestre deste ano, o aumento foi de 14,5%.
Outras informações do balanço
O fluxo de caixa livre ficou negativo em um montante de R$ 20,1
milhões.
Encerrando o 3T20, a empresa manteve R$ 317 milhões em caixa e
pagou outros R$ 100 milhões de dívidas.
Apesar da pandemia, a companhia segue forte na expansão, tendo
inaugurado cinco lojas no 3T20, somando 11 aberturas no ano.
Teleconferência
Nesta quinta-feira, na teleconferência com analistas, Birmacker
informou que a margem bruta da d1000, foi algo fora da curva.
Nesse trimestre, a gente atingiu 263 milhões em receita bruta,
uma involução de 13% em relação ao 2T19. Mas é importante entender
que, se excluirmos as lojas de shoppings e as lojas encerradas
nesse período, a variação teria sido de menos do que 3% de
involução. Mais importante do que isso, é a gente ter em mente que
neste terceiro trimestre já houve uma forte evolução de 14% em
relação ao 2T20.
A gente acredita que a gente vai continuar recuperando
gradativamente o volume de venda que era feito anteriormente à
pandemia. Vale citar que a gente encerrou esse trimestre com 192
lojas e, no 3T19, eram 198, ou seja, seis lojas a menos. Nesse
trimestre, a gente teve a margem bruta atingindo 32%. Isso é um
outlier, que foi fruto de alguns impactos positivos.
A gente teve um aumento de preços pesando um pouco nisso. A
gente teve uma estratégia diferente de precificação de grupos de
preços. A gente teve um peso um pouco maior de higiene e beleza
nesse trimestre. Isso traz, em decorrência, uma margem bruta média
um pouco melhor, dado que a margem em higiene e beleza é maior. E,
também, algumas negociações de trading que a gente conseguiu manter
os valores absolutos, mesmo com uma venda menor e aí isso acaba
tendo um impacto percentual em cima da margem.
A gente considera um outlier porque a gente mira como margem
algo entre 28 e 30. A gente teve um EBITDA de 23, por 23 milhões,
nesse trimestre, atingindo a margem de 9% e 1,9 ponto percentual
maior do que o 3T do ano passado, uma evolução de aproximadamente
10% do valor absoluto de EBITDA.
Vale lembrar que as lojas de shopping pesam 17, 18% na nossa
base de lojas e, como é sabido e divulgado, os shoppings hoje estão
operando um fluxo em torno de 60 a 65% do que ocorria antes da
pandemia, mas que vem melhorando gradativamente. Isso tem impacto
maior na nossa rede do que nos nossos pares. Atingimos um lucro de
1,5 milhão nesse trimestre, revertendo a perda do trimestre
anterior.
VISÃO DE MERCADO
Eleven Financial
A d1000 reportou um resultado que consideramos positivo e acima
das nossas expectativas, que eram negativas para o trimestre. O
impacto veio novamente pelo menor fluxo de clientes nas lojas de
shoppings, totalmente compensados pelos ganhos operacionais
significativos.
Enxergamos uma d1000 mais objetiva, eficiente e com um plano
traçado claro, que julgamos exequível para os próximos anos.
Identificamos em DMVF3 o nosso maior upside do setor, +185%.
Reforçamos que não enxergamos motivos estruturais para a queda
brusca da ação após o IPO, pelo contrário, como descrito
anteriormente seguimos muito positivos com a tese de investimentos.
Acreditamos que se a empresa reportar resultados consistentes
conforme nossas estimativas, a confiança no papel deva vir
rapidamente.
A Eleven mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$
29,00.
XP Investimentos
Acreditamos que a história da empresa é uma história de
recuperação, com potencial significativo de ganhos com a expansão
de lojas e alavancagem operacional. A empresa levantou ~ R$ 400
milhões com seu IPO em 20/agosto e agora está bem capitalizada para
acelerar seu crescimento.
Esperamos uma reação negativa do mercado, por conta da
queda do EBITDA. No entanto, acreditamos que isso deve ser
revertido daqui para frente, à medida que as vendas se recuperem e
a companhia se beneficie de alavancagem operacional, enquanto a
margem bruta atingiu um nível sólido.
XP mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$
20,00.
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