Taesa (TAEE) 2T20: Lucro líquido de R$ 437,8 milhões e dividendos aprovados
13 Agosto 2020 - 4:42PM
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Transmissora Aliança de Energia S.A. (Taesa)
divulgou lucro líquido de R$ 437,8 milhões no segundo trimestre de
2020, em alta de 42,4% sobre o lucro líquido de R$ 307,4 milhões
apurado no mesmo trimestre do ano passado.
Os
resultados da Taesa (BOV:TAEE3)
(BOV:TAEE4) (BOV:TAEE11) referente a suas operações do segundo
trimestre de 2020, foram divulgados no dia 12/08/2020.
O Ebitda – lucro antes de antes de
juros, impostos, depreciação e amortização –atingiu R$ 439,9
milhões no segundo trimestre de 2020, em alta de 39,1% sobre os R$
316,3 milhões apurados no segundo trimestre de 2019.
A receita líquida atingiu 755,7 milhões de reais, com alta de
76,8% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
A Taesa disse que o resultado foi impulsionado pelos maiores
investimentos em projetos em construção, que tiveram efeitos
positivos sobre receita de implementação (133,8 milhões de reais) e
equivalência patrimonial (43 milhões de reais).
A companhia registrou ainda uma contribuição de 25 milhões de
reais para o lucro líquido decorrente de aquisições recentes de
ativos de transmissão da Eletrobras e pela entrada em operação dos
empreendimentos Miracema e Mariana.
O caixa da companhia ficou em 2,2 bilhões de reais, alta de 32%
frente ao primeiro trimestre, após uma captação de 900 milhões de
reais em abril, com a companhia buscando reforçar o caixa em meio à
crise do coronavírus.
A dívida líquida da Taesa encerrou o trimestre em 4,43 bilhões
de reais, com aumento de 77,7% na comparação anual. A alavancagem
medida pela relação entre a dívida e a geração de caixa (Ebitda)
ficou em 3,3 vezes, ante 1,8 vez em 2019.
A Taesa registrou investimentos de 695,3 milhões de reais nos
primeiros seis meses de 2020, contra 197,9 milhões no mesmo período
do ano passado, com maiores investimentos em quase todos
projetos.
A companhia teve despesa financeira de R$ 28,4 milhões, em queda
de 60,3% em relação à despesa de R$ 71,5 milhões um ano antes.
Inadimplência
Enquanto distribuidoras de energia têm sofrido fortes impactos
com a pandemia, que reduziu o consumo de energia e aumentou a
inadimplência, empresas de transmissão possuem contratos de longo
prazo não associados à demanda.
O risco para as transmissoras viria em caso de inadimplência de
outras empresas do setor com seus contratos, mas esse cenário foi
afastado após um empréstimo bilionário intermediado pelo governo
junto a bancos privados e públicos para apoiar o caixa de
distribuidoras de energia.
“É importante ressaltar também que os níveis de inadimplência
continuaram normais mesmo neste cenário econômico adverso e que
continuaremos monitorando de perto os possíveis impactos da crise
nos nossos negócios”, disse a Taesa no balanço.
Dividendos
O Conselho de Administração da Taesa aprovou a distribuição
de R$ 220.542.323,61 a título de Dividendos Intercalares e R$
58.764.230,67 a título de Juros Sobre o Capital Próprio (JCP),
ambos com base nas demonstrações financeiras intermediárias
levantadas em 30 de junho de 2020.
O pagamento dos dividendos intercalares e JCP ocorrerá no dia 26
de agosto de 2020, com base na posição acionária do dia 17 de
agosto de 2020. A partir do dia 18 de agosto de 2020, as ações e
units passarão a ser negociadas “ex-dividendos e JCP” na B3.
Veja os detalhes:
Teleconferência
A Taesa está se preparando para participar do leilão de linhas
de transmissão marcado para dezembro, afirmou nesta quinta-feira o
diretor de negócios, gestão de participações e de implantação,
Marcus Vinícius. “Estamos fazendo estudos para os onze lotes do
leilão. Devemos nos concentrar naqueles que fazem maior sentido do
ponto de vista de atratividade e competitividade, mantendo a nossa
disciplina financeira e os retornos adequados”, disse em
teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre.
Segundo o executivo, o apetite da companhia dependerá da
capacidade de seu balanço, considerando ainda que os desembolsos de
Capex desses projetos estão concentrados na fase final, mais
próxima da entrada em operação comercial. “Lembrando também que
podemos considerar possíveis parcerias nesse certame”,
acrescentou.
Sobre expectativas para a disputa, o executivo avaliou que a
proibição de que esses empreendimentos sejam vendidos durante a
construção pode reduzir a quantidade de novos entrantes. “Mas
acreditamos que a competição continuará acirrada, com o número
menor de lotes”.
Em relação ao mercado secundário, Vinícius disse que a Taesa
continua avaliando oportunidades de aquisições. “Temos em carteira
alguns projetos em estudo, brevemente devemos ter notícias”.
O índice de alavancagem da Taesa deve mostrar redução a partir
de 2021, com a entrada em operação de alguns projetos que estão em
construção, afirmou o diretor financeiro da companhia, Fábio
Fernandes.
“Esperamos que até o fim de 2020, provavelmente pelos
desembolsos de Capex relacionado aos empreendimentos de Janaúba e
Sant’Ana, esse índice deva se elevar um pouco. Mas, a partir de
2021, já com a entrada em operação dos projetos, devemos ter uma
rápida desaceleração”, disse o executivo na teleconferência. A
transmissora encerrou o segundo trimestre com uma relação da dívida
líquida sobre Ebitda de 3,3 vezes.
Fernandes ressaltou ainda que a companhia não tem cláusulas
restritivas (covenants) de dívida. “O que utilizamos como
referência é a manutenção do nosso rating triple A com as três
agências”.
A capacidade da Taesa para pagamento de dividendos e proventos
não deve ser diretamente afetada pela redução de 50% da Receita
Anual Permitida (RAP) de algumas concessionárias nos próximos
ciclos, afirmou Fernandes.
O diretor financeiro explicou que essa redução se aplica a
empresas menores, que não têm peso significativo na composição da
RAP total da Taesa. Ainda de acordo com ele, a expectativa é de que
essa redução seja diluída ao longo dos próximos ciclos e compensada
pela correção da inflação na RAP das demais empresas, bem como pela
entrada em operação de novos projetos.
Visão do mercado
De acordo com Luis Sales, analista de empresas da Guide
Investimentos, o Impacto é Positivo. A participação da
companhia no leilão de linhas de transmissão gera um otimismo no
mercado que cria certa expectativa de que a Taesa pode fortalecer
seu portfólio de operações. Ainda, seu diretor de negócios levantou
que a companhia segue analisando oportunidades de aquisição no
mercado, o que pode expandir ainda mais o seu mercado de
atuação.
O analista de Energia e Petróleo & Gás, Gabriel Francisco,
da XP Investimentos tem uma avaliação positiva dos
resultados do 2T20 da Taesa, dado que o EBITDA ajustado da
companhia veio acima das nossas projeções. Destacamos como positivo
que a empresa manteve sua prática de distribuição de proventos nos
patamares elevados, refletindo o forte potencial de geração de
caixa da companhia e o menor perfil de risco do setor de
transmissão de energia – e também notamos que a TAESA faz parte da
nossa carteira de dividendos. Apesar de destacarmos que empresas de
transmissão de energia são uma alternativa a investidores em tempo
de volatilidade, acreditamos que tal fator está refletido na melhor
performance relativa das ações comparadas ao IBOV no acumulado do
ano. Temos uma recomendação Neutra para a TAESA, com um preço-alvo
de R$30/unit.
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