A Hapvida apresentou lucro líquido ajustado de R$ 324,5 milhões
no terceiro trimestre de 2024, alta de 24,3% ante o mesmo período
de 2023. No critério sem ajuste, a companhia teve prejuízo de R$
71,3 milhões, uma melhora de 65,5% sobre o resultado de um ano
antes.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e
depreciação) ajustado ficou em R$ 726,6 milhões, crescimento de
2,8% na comparação anual. A margem Ebitda ajustado ficou em 10,4%,
recuo de 0,4 ponto porcentual na mesma base.
Já a receita líquida foi de R$ 7,337 bilhões entre julho e
setembro deste ano, alta de 6,6% na comparação com os mesmos meses
de 2023, e avanço de 2,6% em relação ao segundo trimestre de
2024.
Segundo a companhia, a receita líquida foi beneficiada
principalmente pelo “crescimento das linhas de negócios de Planos
de Saúde e Odontológicos, resultado dos reajustes de preços
necessários para o equilíbrio financeiro dos contratos e da
recomposição do ticket médio.”
“Essa estratégia mais do que compensou a leve retração no número
de beneficiários na comparação anual, a redução de Receita de
Serviços Médico-hospitalares e a descontinuação de outras linhas de
negócio em Outras Atividades”, destacou ainda a Hapvida.
O resultado financeiro da companhia totalizou uma despesa
líquida de R$ 261,7 milhões, uma melhora de 29,5% frente ao
terceiro trimestre de 2023 e uma piora de 13,1% ante o segundo
trimestre.
Em relação aos custos, as despesas administrativas caixa
totalizaram R$ 824,2 milhões (11,2% da receita líquida), ante R$
614,9 milhões (8,9% da receita líquida) de igual período do ano
passado.
A dívida líquida passou de R$ 4,348 bilhões ao fim de junho para
R$ 4,077 bilhões no encerramento de setembro, representando uma
redução de 6,2%, encerrando o período com uma alavancagem de 0,97
vez (relação da dívida líquida com o Ebitda ajustado), ante 1,03
vez no segundo trimestre.
Sinistralidade Caixa
A sinistralidade caixa da Hapvida, por sua vez, chegou a 70,4%
no terceiro trimestre de 2024, uma melhora de 1,5 p.p. frente ao
mesmo intervalo de 2023, porém, recuo de 0,1 p.p. frente ao segundo
trimestre deste ano.
Segundo a Hapvida, o resultado reflete os níveis de utilização
inerentes do segmento para terceiros trimestres, agravados pelos
longos períodos de seca e variações bruscas de temperaturas deste
ano, bem como pelos reflexos indiretos do adiamento de agendas
eletivas do segundo trimestre por conta do aumento expressivo de
casos de dengue em algumas regiões naquele período.
Os resultados da Hapvida (BOV:HAPV3)
referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 12/11/2024.
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Teleconferência
A operadora de planos de saúde Hapvida reclamou nesta
quarta-feira do que chamou de “aumento expressivo” na busca de
clientes do setor por proteção da Justiça e afirmou que vai elevar
valores em todas as tabelas de preços para absorver os
impactos.
“Estamos repensando o modelo de precificação para absorver com
eficiência a judicialização”, disse o presidente-executivo da
Hapvida, Jorge Fontoura Pinheiro Koren de Lima, em conferência com
analistas após a publicação de resultados de terceiro trimestre do
grupo na noite da véspera, que trouxeram crescimento de 24% no
lucro do período sobre um ano antes.
“A judicialização aumentou de forma expressiva nos últimos 12 a
24 meses”, disse o executivo, citando aumento de 1,5 ponto
percentual nos preços da empresa em novas vendas e outros itens não
regulados e afirmando que “más práticas têm prejudicado o setor
como um todo”.
Segundo ele, o reajuste planejado para 2025 pela empresa, mesmo
com o incremento de 1,5 ponto percentual, “vai ser inferior ao
reajuste implantado no ano passado”.
Entre os exemplos da queixa da empresa e do setor, segundo o
executivo, estão clientes dos planos de saúde que recorrem à
Justiça para que seus planos cubram novos tratamentos experimentais
e fora de períodos de carência.
No terceiro trimestre, a Hapvida fez uma provisão de cerca de
150 milhões de reais, somando um total ao final de setembro de 753
milhões.
O diretor financeiro da Hapvida, Luccas Adib, afirmou que a
empresa passou a acompanhar a judicialização “diariamente” e que a
empresa tem tomado medidas que incluem realizar acordos com os
clientes antes que as demandas cheguem à Justiça, o que elimina
para a empresa necessidade de constituição de provisões que incluem
desembolsos para “danos morais e sucumbência”.
“Deve haver um maior controle disso (provisões) nos próximos
trimestres após as nossas ações”, disse Adib, citando ainda aumento
de coparticipação nos contratos para que empresa lide melhor com
pedidos de clientes por itens fora do que a companhia considera
como sendo de sua cobertura.
A empresa, que afirma ser a maior operadora de planos de saúde
do país, apresentou gráfico citando que casos novos na Justiça do
Brasil envolvendo discussões sobre tratamento médico-hospitalar
somaram 36,5 mil em 2024 até o momento, após 44,8 mil em 2023 e
33,9 mil em 2022. Em 2020 os novos casos eram de 18,1 mil, segundo
a Hapvida.
Já os pedidos de inclusão de cobertura para medicamentos e
tratamentos experimentais saíram de 5,7 mil em 2020 para 8 mil este
ano, após pico de 10,4 mil em 2023.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
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